quinta-feira, 8 de maio de 2025

A Singularidade de Deus: O Único Digno de Ser Exaltado

Os capítulos 18 e 19 de Êxodo revelam aspectos profundos da singularidade de Deus Sua supremacia, santidade e capacidade incomparável de conduzir, instruir e transformar um povo inteiro para Si. No capítulo 18, vemos o encontro entre Moisés e seu sogro, Jetro, sacerdote de Midiã. Após ouvir tudo o que o Senhor havia feito para libertar Israel do Egito, Jetro declara com convicção: “Agora sei que o Senhor é maior que todos os deuses” (Êx 18:11). Essa afirmação, feita por alguém que não era originalmente do povo de Israel, mostra que a singularidade de Deus se manifesta de tal forma que até os povos de fora reconhecem Sua grandeza.

A singularidade de Deus não está apenas em Seus feitos, mas em quem Ele é: um Deus que liberta, que cuida, que orienta com sabedoria. Isso fica claro quando Jetro aconselha Moisés a estabelecer líderes sobre o povo, mostrando que Deus se importa com a ordem, com o cuidado espiritual e emocional de cada um.

No capítulo 19, essa singularidade é elevada a outro nível: o Senhor desce sobre o Monte Sinai. Ali, Ele se revela com trovões, relâmpagos e fumaça, manifestando Sua glória de forma que o povo treme de temor. Deus, o único verdadeiro, deixa claro que não há outro igual a Ele. Ele propõe uma aliança: “Se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações” (Êx 19:5). Essa promessa mostra que a singularidade de Deus também se reflete em Seu amor exclusivo e em Sua escolha soberana de um povo para Si.

Mas essa aliança, baseada na obediência, aponta para algo maior: Cristo, o Mediador de uma nova e eterna aliança. O monte fumegante, o temor do povo, a santidade que separava o homem de Deus, tudo isso aponta para a necessidade de um mediador perfeito, e esse é Jesus. Ele não apenas sobe ao monte, mas se entrega na cruz para que, por meio dEle, tenhamos acesso ao Pai.

Enquanto Moisés preparava o povo para encontrar-se com Deus no Sinai, Jesus prepara Seu povo para encontrar-se com Deus na eternidade. Em Moisés, vemos um líder fiel. Em Jesus, vemos o único Salvador. A singularidade de Deus se revela plenamente em Cristo: “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15).

Portanto, Êxodo 18 e 19 não são apenas registros históricos. São revelações de um Deus único, santo e relacional, que se revela progressivamente até que, em Cristo, nos mostra plenamente Sua face. Não há outro além dEle. Toda glória seja ao Cordeiro.


PASTOR GILMAR RIBEIRO

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Entre o Batismo de João e o Batismo no Espírito

Em Atos 18, somos apresentados a um homem chamado Apolo, natural de Alexandria. Um judeu culto, eloquente e fervoroso no espírito, com profundo conhecimento das Escrituras. Apolo ensinava com exatidão sobre Jesus, mas conhecia apenas o batismo de João. Já em Atos 19, Paulo encontra discípulos em Éfeso que, da mesma forma, haviam recebido o batismo de João, mas ainda não conheciam o Espírito Santo.

Esses dois episódios revelam uma realidade espiritual que ainda permanece atual: é possível ser instruído, ser fervoroso, e ter zelo pela Palavra, e mesmo assim não ter sido ainda selado com o Espírito Santo. Muitos cristãos hoje vivem um cristianismo parcial, limitados a uma fé racional, emocional ou tradicional, sem conhecerem a plenitude da vida no Espírito.

O batismo no Espírito Santo não é um detalhe a mais na caminhada cristã, é uma parte fundamental. É Ele quem convence (João 16:8), quem guia (João 16:13), quem capacita (Atos 1:8), e quem revela as profundezas de Deus (1 Coríntios 2:10). Sem o Espírito Santo, o cristão pode até viver uma aparência de piedade, mas lhe faltará poder, discernimento, autoridade e maturidade espiritual.

Vivemos dias em que muitos crentes seguem a liderança de bons pregadores, estudiosos, e até líderes fervorosos como Apolo, mas ainda não foram confrontados com a necessidade de receberem o Espírito, de serem cheios do Espírito, de se relacionarem com Ele diariamente. Isso é um erro que precisa ser corrigido nos púlpitos e nos discipulados. O batismo no Espírito Santo não é opcional, é essencial.

A Palavra nos mostra que o batismo de João era um batismo de arrependimento. Era um preparo. Mas o batismo no Espírito Santo é o selo da nova aliança, é a capacitação do alto, é o fogo que transforma, o vento que move, a água viva que flui. E mais que receber esse batismo, é necessário conhecer a Pessoa do Espírito Santo. Ele não é uma força, um vento ou uma emoção. Ele é Deus. Ele tem vontade, voz, direção. E Ele quer se relacionar conosco.

Sem o Espírito Santo, não há nova vida. Não há clareza do propósito eterno. Não há verdadeira transformação. É Ele quem revela a mente de Cristo (1 Coríntios 2:16), é por meio dEle que entendemos o que Deus tem feito, está fazendo e ainda fará.

Portanto, a pergunta de Paulo em Atos 19:2 ainda ecoa nos nossos dias: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?” Essa pergunta precisa ser feita novamente nas igrejas, nos cultos, nas células, nas conversas, nas escolas bíblicas. Pois só assim viveremos não uma religiosidade superficial, mas uma vida cristã cheia da presença de Deus.

Aquele que conhece o Espírito vive não apenas com a Bíblia na mente, mas com Cristo vivo no coração. Vive não apenas com emoção, mas com direção. Não com rituais, mas com profundidade. E como Paulo também declara em Efésios, é somente por meio do Espírito que conseguimos compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo (Efésios 3:18).


ORAÇÃO

Eterno Deus, em nome de Jesus, eu Te peço: dá-nos entendimento e sede pelo Teu Espírito.Que sejamos batizados, cheios e guiados por Ele diariamente. E que, por meio do Espírito, alcancemos a plenitude do Teu amor em Cristo. Amém.

PASTOR GILMAR RIBEIRO

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Você não é a Manga, Você é uma Mangueira: Identidade, Origem e Propósito em Deus


Biologicamente, a manga é apenas o fruto da mangueira, mas sua existência não é isolada. Seu propósito é gerar sementes que darão origem a novas mangueiras, perpetuando aquilo que ela já é. 

A identidade da manga não está no fruto em si, mas na árvore que a gerou e continuará gerando. Identidade, aqui, é aquilo que define a essência e continuidade de algo. 

O fruto é temporário, mas carrega dentro de si a mesma natureza da árvore, pois sua existência não é um fim em si mesma, mas parte de um ciclo maior.

Também somos assim. Nossa origem e identidade estão em Deus, pois fomos criados nele e para ele:
"Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele." (Colossenses 1:16)

"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade." (Efésios 1:4-5)

Se você se vê apenas como um fruto, pode pensar que sua existência termina aqui. Mas se entende que sua origem está na árvore, percebe que seu propósito vai além do presente. Você não é apenas um evento passageiro, mas parte de um plano maior que começou em Deus e continua na eternidade.

Não somos apenas corpo, alma e espírito, mas espírito, alma e corpo:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:23)

Nosso espírito vem de Deus e é nele que encontramos nossa verdadeira identidade. Nossa passagem pela terra não deve nos limitar à visão de apenas uma manga que nasce, amadurece e cai, mas sim à perspectiva de que somos mangueiras, chamados para dar frutos e gerar novas vidas para Deus.

Jesus nos ensina que permanecendo nele daremos frutos:
"Eu sou a videira, vós sois as varas, quem está em mim e eu nele, esse dá muito fruto porque sem mim nada podeis fazer." (João 15:5)

Isso significa que nossa identidade está firmada em Cristo e ao permanecermos nele, nosso propósito se cumpre.

Nossa verdadeira identidade não é terrena, mas espiritual. Estamos aqui vivendo uma experiência passageira, mas o propósito final é a eternidade:
"Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." (Filipenses 3:20)

"Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." (2 Coríntios 5:1)

Portanto, não se limite ao que vê agora. Você não é apenas uma manga, um evento passageiro. Você é uma mangueira, criada para gerar frutos e continuar um propósito eterno em Deus.

ORAÇÃO
Pai Eterno, em nome de Jesus Cristo, pedimos que nos revele a Tua natureza em nós. Que possamos reconhecer nossa identidade e origem em Ti, compreendendo o propósito para o qual fomos criados aqui na Terra, até o dia em que habitaremos contigo na eternidade. Concede-nos a plena consciência de que não somos definidos pelo que os outros pensam, mas pelo que o Senhor projetou em nós desde o princípio. Para a Tua glória, amém.


PASTOR GILMAR RIBEIRO

OBSERVAÇÃO
Este texto surge de um estudo ministerial realizado em uma reunião de obreiros, onde a identidade, origem e propósito em Deus foram abordados. A ilustração da manga e da mangueira foi utilizada para fundamentar a reflexão, conectando princípios biológicos à revelação bíblica. Com base em pesquisas biológicas, textos bíblicos e estudos teológicos, este material visa trazer compreensão sobre quem realmente somos em Deus, nossa origem n’Ele e o propósito para o qual fomos criados.

sexta-feira, 28 de março de 2025

Sabedoria de DEUS, Conduz à Maturidade

A sabedoria que vem de Deus não é algo inacessível ou reservado a poucos. Tiago nos ensina que, quando enfrentamos desafios, devemos pedir sabedoria ao Senhor, pois Ele a concede generosamente, sem nos reprovar. No entanto, há uma condição: a fé. Quem pede sem crer, quem oscila entre a confiança e a dúvida, é como uma onda do mar, instável e sem direção. Deus não quer apenas nos livrar das dificuldades, mas nos tornar maduros, completos, sem nos faltar nada. E isso só acontece quando aprendemos a perseverar.

A vida sempre nos colocará diante de provações. Não conhecemos a profundidade do nosso caráter até sermos testados. É fácil manter um coração pacífico quando tudo está bem, mas o que acontece quando somos tratados com injustiça? Nossa verdadeira essência é revelada nos momentos difíceis. Deus não nos prometeu um caminho sem desafios, mas garantiu que nunca estaríamos sozinhos neles. Ele quer que sejamos fortalecidos, que cresçamos em resistência e fé, que aprendamos a confiar sem hesitar.

Em vez de reclamar das lutas, devemos enxergá-las como oportunidades de crescimento. A dor molda, a pressão aperfeiçoa, a resistência constrói caráter. E quando falta entendimento, o caminho é claro: peça sabedoria a Deus. Ele não apenas mostrará a saída, mas nos dará força para suportar, paciência para esperar e fé para não duvidar. Porque aquele que persevera, esse sim verá o fruto da sua fé amadurecer e florescer.

ORAÇÃO

Eterno Deus, Pai de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, fortalece aquele que lê esta mensagem. Que ele encontre em Ti a sabedoria e a paz que tanto precisa. Guia seus passos, renova sua fé e sustenta-o em cada desafio. Em nome de Jesus, amém.


PASTOR GILMAR RIBEIRO


segunda-feira, 17 de março de 2025

Aqueles que Mentem para Si Mesmos: Louvor de Lábios, Coração Distante

Vivemos dias em que muitos proclamam adorar a Deus, mas apenas com os lábios, enquanto seus corações estão longe dEle. Jesus já advertia sobre essa hipocrisia quando citou as palavras do profeta Isaías: "Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim." (Mateus 15:8)

A falsa adoração não é apenas um engano para Deus é uma autoilusão. Pessoas que dizem amar ao Senhor, mas vivem conforme os prazeres do mundo, estão, na verdade, enganando a si mesmas. Elas levantam as mãos nos cultos, mas seus corações se inclinam para seus próprios interesses. Cantam louvores, mas suas vidas são uma negação do próprio evangelho que dizem seguir.

Paulo, ao escrever a Timóteo, descreve essa realidade com precisão: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela." (2 Timóteo 3:1-5)

Essa é a geração da apostasia, que prefere os prazeres passageiros deste mundo a uma vida de renúncia e santidade. Eles querem um Deus que os sirva, não um Deus a quem precisam servir. Querem um evangelho que os abençoe, mas não um que os confronte. Preferem amizades que os afastam da verdade a uma comunhão sincera com Deus.

O perigo dessa falsa devoção é que ela não apenas engana quem a pratica, mas também contamina a Igreja. Como Jesus disse: "Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus." (Mateus 7:21)

É tempo de autoanálise. Será que estamos apenas adorando a Deus com palavras vazias? Nosso coração está, de fato, rendido a Ele? Ou será que estamos entre aqueles que amam mais os prazeres do mundo do que a Deus?

A verdadeira adoração nasce do coração quebrantado, da vida entregue, do evangelho vivido e não apenas proclamado. Deus não se impressiona com ritos ou belas palavras, mas com corações sinceros e transformados.

Que a nossa vida seja um reflexo do que dizemos crer, para que não sejamos contados entre aqueles que mentem para si mesmos enquanto fingem adorar a Deus.


Oração:

Pai Eterno, Deus de amor, que a nossa adoração não seja apenas de lábios, mas de coração e vida. Oro para que esta mensagem alcance os corações endurecidos e desperte aqueles que ainda não compreenderam o verdadeiro significado do Evangelho. Que a luz da Tua Palavra e a ação do Teu Espírito tragam sobre os corações arrependidos a verdadeira transformação. Ensina-nos a viver em renúncia, entrega e santidade, rejeitando os prazeres deste mundo e buscando a Tua glória acima de tudo. Que sejamos Teus amigos, muito mais do que amigos do mundo. Amém!


PASTOR GILMAR RIBEIRO


sábado, 15 de março de 2025

O SILÊNCIO QUE FALA MAIS QUE PALAVRAS

Jesus suportou injúrias, vergonha e humilhação, mas permaneceu em silêncio. Enquanto Ele estava na cruz, ouviu zombarias de todos os lados: "Salvou a tantos, mas não pode salvar a si mesmo!" (Mateus 27:42) e "Se és Filho de Deus, desce da cruz!" (Mateus 27:40). Ele tinha poder para descer, poderia provar Sua divindade ali mesmo, mas escolheu não provar nada a ninguém. A vergonha dos que zombavam dEle caiu sobre Ele, como profetizado em Salmos 69:9.

Nós, seres humanos, temos um impulso natural de querer responder, de querer provar nosso valor. Quando somos questionados, injustiçados ou desacreditados, sentimos a necessidade de nos justificar. No mundo de hoje, onde a aparência e a opinião alheia parecem ter tanto peso, essa tentação se torna ainda mais forte. Nas redes sociais, no trabalho, na família, queremos mostrar que estamos bem, queremos que vejam nossos resultados, queremos ter a última palavra. Mas Jesus nos ensina outro caminho.

A Bíblia nos ensina que há sabedoria no silêncio. Provérbios 17:27-28 diz: "Quem tem conhecimento é comedido no falar, e quem tem entendimento é de espírito sereno. Até o tolo, quando se cala, é considerado sábio; se fica de boca fechada, passa por inteligente." Isso mostra que muitas vezes o silêncio não é sinal de fraqueza, mas de inteligência e maturidade espiritual. Quando escolhemos ficar em silêncio, estamos demonstrando domínio próprio e confiança no agir de Deus.

Isaías 53:7 reforça essa verdade: "Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca." A maior pregação de Cristo foi Seu silêncio na cruz. Ele não precisou rebater as acusações. Sua ressurreição foi a resposta. Algumas batalhas não são vencidas com palavras, mas com fé, posicionamento e confiança em Deus. O silêncio, muitas vezes, fala mais alto do que qualquer argumento.

O nosso testemunho não precisa de legendas, mas de frutos. O silêncio diante da afronta é um ato de confiança em Deus. Cristo não desceu da cruz para provar quem Ele era. Da mesma forma, nós não precisamos provar nada a ninguém. Nosso papel é viver de maneira que Deus nos justifique no tempo dEle. Quando sentimos a necessidade de responder, de rebater, de nos explicar, devemos nos lembrar de que a melhor resposta é confiar na justiça de Deus.

Se você tem enfrentado momentos em que sente que precisa se justificar, se provar, responder aos que desacreditam de você, lembre-se de Jesus. Ele nos ensina que, muitas vezes, o silêncio é a resposta mais poderosa. Confie no tempo de Deus. Seu testemunho será a sua melhor resposta.

ORAÇÃO

Senhor, ajuda-nos a confiar que o Senhor está no controle de todas as coisas. Ensina-nos a suportar o silêncio com fé, sabendo que o Senhor é o nosso Provedor. Fortalece-nos em cada situação, concedendo-nos graça e misericórdia. Em nome de Jesus, amém.


PASTOR GILMAR RIBEIRO

quinta-feira, 13 de março de 2025

O Arrebatamento e a Grande Tribulação: A Igreja Passará por Esse Tempo?

O arrebatamento é um dos temas mais debatidos dentro da escatologia cristã. Muitos crentes falam sobre ele, mas poucos fazem uma análise bíblica profunda sobre quando e como ele acontecerá. O ponto central da discussão é se a Igreja passará pela Grande Tribulação ou será arrebatada antes. Algumas correntes teológicas acreditam que a Igreja será levada antes do período de sofrimento, enquanto outras afirmam que ela permanecerá na Terra até o retorno de Cristo.

A Grande Tribulação será um tempo de sofrimento sem precedentes sobre a Terra. A Bíblia descreve esse período como um tempo de juízo de Deus, perseguição aos santos e domínio do anticristo. Em Mateus 24:21-22, Jesus afirma que será um tempo de aflição como nunca houve antes. Em Apocalipse 7:13-14, há referência a santos que vieram da Grande Tribulação, o que levanta a questão: a Igreja estará presente nesse período ou será arrebatada antes?

A visão pré-tribulacionista defende que a Igreja será retirada da Terra antes da Grande Tribulação, escapando assim da ira de Deus. Entre os principais argumentos para essa crença, está 1 Tessalonicenses 4:16-17, que descreve o arrebatamento como um evento repentino, no qual os crentes vivos e mortos serão levados ao encontro do Senhor. Além disso, 1 Tessalonicenses 5:9 afirma que Deus não nos destinou para a ira, sugerindo que os cristãos não enfrentarão esse período de julgamento. Apocalipse 3:10 reforça essa ideia ao dizer que Deus guardará os crentes da "hora da provação" que virá sobre o mundo. Lucas 17:34-36 também parece indicar um evento súbito, onde alguns serão tomados e outros deixados. Essa visão argumenta que Deus não permitiria que Seus filhos enfrentassem a ira, então a Igreja será arrebatada antes do sofrimento.

Por outro lado, a visão pós-tribulacionista ensina que a Igreja enfrentará a Grande Tribulação e será arrebatada somente depois, no retorno visível de Cristo. Em Mateus 24:29-31, Jesus afirma que o arrebatamento acontecerá "logo depois da tribulação daqueles dias", sugerindo que os crentes ainda estarão na Terra até esse momento. Apocalipse 6:9-11 menciona mártires que clamam por justiça, mas que ainda precisam esperar, indicando que a perseguição continuará por um tempo. Em 2 Tessalonicenses 2:1-3, Paulo escreve que o arrebatamento só ocorrerá depois da manifestação do anticristo, reforçando a ideia de que a Igreja ainda estará presente durante esse período. João 16:33 também ensina que os seguidores de Cristo sempre enfrentaram tribulações e que esse período não seria diferente. Segundo essa visão, a Igreja enfrentará a perseguição do anticristo, mas será preservada espiritualmente até ser arrebatada no retorno de Cristo.

A visão pré-tribulacionista enfatiza o livramento da ira de Deus, enquanto a pós-tribulacionista argumenta que a Igreja sempre sofreu perseguições e não será diferente na Grande Tribulação. Ambas as visões têm base bíblica, e o mais importante é que os crentes estejam preparados para qualquer cenário.

Jesus nos alerta em Mateus 24:42 a vigiar, pois ninguém sabe a hora da sua vinda. Na parábola das Dez Virgens, apenas as preparadas entraram com o Noivo, mostrando que aqueles que estiverem atentos e fiéis entrarão no Reino. Se o arrebatamento for antes da Tribulação, devemos estar preparados a qualquer momento. Se for depois, precisamos ter fé para suportar perseguições e tribulações. O perigo da negligência é grande, pois muitos vivem como se Cristo nunca fosse voltar.

Se a tribulação começasse amanhã, você estaria preparado para permanecer fiel?


PASTOR GILMAR RIBEIRO 


segunda-feira, 3 de março de 2025

O Perigo do Abandono da Fé

Pastor Gilmar Ribeiro

A fé cristã não é apenas um conjunto de crenças ou regras morais, mas um relacionamento vivo com Cristo. No entanto, muitas pessoas, ao longo da caminhada, acabam se afastando. O que acontece quando alguém abandona a fé? E o que realmente leva uma pessoa a essa decisão?

O livro de Hebreus nos dá um alerta sério sobre essa realidade. Está escrito: "Porque, se voluntariamente pecarmos, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários." (Hebreus 10:26-27). Essas palavras nos mostram que abandonar a fé não é uma simples escolha sem consequências. Quando nos afastamos, tornamos o sacrifício de Cristo sem efeito em nossa vida. Ele morreu para nos dar vida, mas, ao rejeitarmos esse presente, escolhemos permanecer na morte espiritual.

Muitos pensam que deixam a fé por causa dos desafios da vida, das lutas diárias ou das influências do mundo. No entanto, a raiz do afastamento geralmente está em algo mais profundo: a falta de um relacionamento verdadeiro com Deus. Há uma diferença enorme entre conhecer sobre Cristo e conhecê-Lo de fato. Quem apenas sabe sobre Ele pode até se emocionar, seguir alguns ensinamentos e até frequentar uma igreja, mas, no momento da provação, facilmente se desvia. Já quem conhece Cristo verdadeiramente experimenta o seu amor transformador e encontra forças para permanecer firme, mesmo em meio às adversidades (Filipenses 3:10).

Jesus nos chamou para um relacionamento, não para uma religião vazia. O apóstolo João escreveu: "Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro." (1 João 4:19). Se alguém abandona a fé, pode ser porque nunca permitiu que o amor de Deus moldasse sua vida. Quando não experimentamos esse amor, a caminhada cristã se torna pesada, sem sentido e mecânica.

Mas se alguém percebe que se afastou da fé, há esperança. Deus nunca nos abandona. Ele sempre nos convida a voltar. A parábola do filho pródigo nos mostra que, mesmo quando nos distanciamos, o Pai permanece de braços abertos, esperando o nosso retorno (Lucas 15:11-32). O caminho de volta começa com arrependimento e com o reconhecimento de que, sem Deus, estamos perdidos (Atos 3:19). "Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração." (Jeremias 29:13). Se nos sentimos distantes, o primeiro passo é buscá-Lo novamente, com sinceridade. Ele é fiel para restaurar nossa fé e reacender a chama do primeiro amor (Apocalipse 2:4-5).

Abandonar a fé não é apenas um desvio de rota, mas uma rejeição ao sacrifício de Cristo. No entanto, enquanto ainda há vida, há esperança. Deus continua chamando seus filhos de volta, porque Ele é amor, e seu desejo não é perder nenhum daqueles que foram confiados a Ele (2 Pedro 3:9). Que possamos não apenas conhecer sobre Deus, mas conhecê-Lo verdadeiramente e permitir que seu amor transforme nossa vida por completo.

Oração

Pai Eterno, em nome de Jesus Cristo, peço que este texto alcance os corações daqueles que se afastaram de Ti. Senhor, que eles voltem ao Teu caminho, mantenham o foco em Ti e experimentem Teu amor transformador. Que, mesmo nas adversidades, encontrem conforto e paz em Teus braços. Que o sacrifício de Cristo continue vivo em nós, guiando-nos de volta ao Teu amor. Eu abençoo este leitor, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.


PASTOR GILMAR RIBEIRO

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

A REVELAÇÃO QUE TRANSFORMA

Pastor Gilmar Ribeiro

Muitas vezes, tentamos convencer alguém a mudar, a crer em Cristo, a seguir um novo caminho. Mas Jesus nos ensina em Mateus 16:17 que essa transformação não vem do esforço humano, mas da revelação de Deus. Pedro declarou que Jesus era o Cristo, mas essa verdade não foi fruto de seu próprio entendimento. Foi o Pai quem lhe revelou. Isso nos mostra que ninguém pode conhecer verdadeiramente a Cristo sem que Deus lhe mostre.

A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, mas nem todos se submetem ao evangelho. Isaías já havia dito: "Senhor, quem creu na nossa pregação?" E Paulo reforça: "Fui achado pelos que não me buscavam; revelei-me aos que não perguntavam por mim". Ou seja, é Deus quem se revela, e essa revelação é o que realmente transforma.

Quando Pedro reconheceu Jesus como o Cristo, isso não aconteceu porque ele viu milagres ou ouviu ensinamentos. A identidade de Cristo não foi algo que ele deduziu sozinho, mas algo que o Pai revelou a ele. Isso nos ensina que conhecer sobre Jesus não é o mesmo que conhecê-Lo verdadeiramente. Estar na igreja, ler a Bíblia ou estudar teologia não garante uma revelação genuína de Cristo. Apenas Deus pode revelar Jesus ao coração humano. Muitas pessoas tentam mudar por conta própria, mas sem a revelação de Deus, nenhuma mudança é verdadeira ou duradoura.

Jesus disse que ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar. Isso significa que a revelação do Pai e do Filho não é acessível a qualquer um por mérito próprio. Não podemos forçar alguém a crer, nenhuma mudança acontece sem que Deus revele a verdade, e Deus não se revela a corações endurecidos, mas àqueles que se abrem para Ele. Para receber essa revelação, é necessário humildade e quebrantamento, pois Deus se revela aos que reconhecem sua necessidade dEle. Quem realmente deseja conhecer a Cristo deve buscá-Lo com sinceridade, sem segundas intenções. A revelação não vem apenas pelo conhecimento, mas pela disposição de obedecer à sua Palavra. É o Espírito Santo quem nos guia à verdade e nos faz compreender quem Cristo realmente é. Muitos não reconhecem Jesus porque estão presos a tradições, ideologias e conceitos humanos que obscurecem a verdade.

Quando Jesus disse que o Espírito Santo nos guiaria em toda a verdade, Ele estava mostrando que a obra da revelação continua. O Espírito não apenas convence do pecado, mas também nos transforma continuamente. Sem Ele, a fé se torna apenas um conhecimento religioso, sem vida e sem poder.

No livro de Apocalipse, Cristo diz que está à porta e bate, e que aquele que ouvir sua voz e abrir a porta, Ele entrará e ceará com ele. A revelação de Cristo não depende de mérito humano, mas da disposição do coração. Deus não impõe, mas convida. Se você abrir o seu coração, Ele se revelará a você. A transformação que você tanto busca começa quando você verdadeiramente conhece quem Cristo é.

Cristo só pode ser conhecido por revelação de Deus. Sem essa revelação, nada muda. O Espírito Santo continua essa obra em nós, e precisamos abrir o coração para recebê-la. Você deseja que Deus revele Cristo a você hoje? Se você sente esse chamado, ore e peça a Deus que lhe revele quem Cristo é de verdade.

ORAÇÃO 

Senhor, abre os nossos corações e concede-nos a revelação de quem Cristo é. Guia-nos pela Tua verdade e transforma as nossas vidas. Em nome de Jesus, amém.


PASTOR GILMAR RIBEIRO

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Coração Queimando

Pastor Gilmar Ribeiro


"Não é a minha palavra como o fogo? declara o Senhor  e como um martelo que despedaça a rocha?" (Jeremias 23:29)

O avivamento real vem da pregação da Palavra de Deus. O fogo é uma metáfora para a purificação. A Palavra limpa o nosso coração das mazelas e substitui conceitos e princípios errados pelos preceitos da Escritura. Para manter o coração aquecido, em chamas, a leitura da Bíblia precisa ser diária e constante. Ao lê-la, você será lembrado das promessas do cuidado de Deus. Quanto mais da Palavra em nós, mais poder e unção do Espírito Santo teremos. E, por consequência, quanto menos Palavra, menos unção.

O poder da Palavra é tão extraordinário que os valores do mundo ocidental foram fundamentados nela. Desde os tempos dos iluministas até os dias atuais, os "pensadores" lutam contra a verdade de Deus, sem jamais alcançarem êxito. O fogo consumidor da Palavra queima toda palha ideológica contrária.

A vida cristã é fundamentada na Palavra. Nunca deixe de ler sua Bíblia! Talvez sua vida esteja travada, e o momento de crescer estivesse exatamente no capítulo que você deixou de ler! Tire sua Bíblia da estante, volte a lê-la, e seu coração será aquecido pelo vigor dessas palavras inspiradas pelo Espírito Santo.

Deus é um Deus de ordem, portanto, seja intencional na leitura diária da Bíblia, mesmo em meio à rotina. Precisamos compreender que a segunda-feira não é uma maldição Deus criou os dias para serem vividos n'Ele. Esse é um processo diário, como pequenos gravetos sendo lançados ao fogo, criando uma grande fogueira. Deixe a Palavra viva queimar seu coração novamente! O fogo purificador da Palavra é capaz de ressuscitar vidas e restaurar corações mortos.

Em Deus, sempre há recomeços. Mesmo que tenha deixado sua vida cristã de lado, hoje você pode retomá-la. Pegue sua Bíblia, volte a lê-la e permita que ela transforme quem você é naquilo que deveria ser.

A Palavra que consome não quer apenas refazê-lo, mas destruí-lo para reconstruí-lo segundo a vontade de Deus. Refazer implica em mudar algumas coisas e manter outras, mas Deus não trabalha com "sucatas emocionais e espirituais". Ele esmagará sua velha natureza para forjar um novo homem e uma nova mulher, incendiados pelo poder da Palavra viva!

Que a Palavra incendiária do Senhor mexa com todas as áreas da sua vida – que você possa perder o sono, a fome e o equilíbrio, até que se torne tudo aquilo que Ele planejou que você fosse!


PASTOR GILMAR RIBEIRO



quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

A diferença entre Babel e o Reino de Deus? Um é confusão construída, o outro é salvação concedida.

Pastor Gilmar Ribeiro

Muitas vezes somos fortemente enganados pelo nosso coração (Jeremias 17:9), pelo desejo intenso naquilo que tanto queremos. A vontade é tão grande que acabamos confundindo nossa própria voz com a voz de Deus, acreditando que Ele está nos direcionando, quando, na verdade, é apenas o nosso querer falando mais alto (Provérbios 14:12).

O problema começa quando seguimos adiante sem a base da Palavra (Mateus 7:24-27). Quando desejamos algo desesperadamente, tendemos a justificar nossas escolhas, até mesmo usando o legalismo (Colossenses 2:20-23) para validar decisões que não têm a aprovação de Deus. Alguns tentam impor regras, enquanto outros resgatam rudimentos ultrapassados, mas o fim de qualquer construção feita sem Deus é o desastre (Salmo 127:1).

A Torre de Babel (Gênesis 11:1-9) nos ensina exatamente isso. Foi um projeto ambicioso, arquitetado com inteligência humana, mas sem a bênção do céu. O resultado? Confusão, divisão e ruína. O mesmo acontece conosco quando insistimos em erguer algo sem Deus: podemos até ver a estrutura subir, mas cedo ou tarde ela desmorona (1 Coríntios 3:11-13).

A grande diferença entre Babel e o Reino de Deus está no fundamento. Enquanto um é edificado na soberba e no esforço humano, o outro é estabelecido pela graça divina (Hebreus 12:28). Quem tenta subir sem Deus sempre cai (Provérbios 16:18), mas quem se submete à vontade dEle recebe um Reino inabalável (Mateus 6:33).

A pergunta é: você está construindo torres ou recebendo aquilo que vem do céu?


PASTOR GILMAR RIBEIRO

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Missão, Causa, Propósito e Visão na Igreja: Alinhando-se à Vontade de Deu

Pastor Gilmar Ribeiro


Na perspectiva ministerial, compreender missão, causa, propósito e visão é essencial para que a igreja cumpra seu papel de maneira eficaz. Esses pilares não são conceitos isolados, mas partes interligadas do plano divino, refletindo a vontade de Deus para o Seu povo. Cada um deles tem um papel fundamental na construção de um ministério sólido e direcionado pelo Espírito Santo.


1. Missão: O que a Igreja Faz

A missão da igreja foi estabelecida pelo próprio Cristo, conforme Mateus 28:19-20:

"Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado."

A missão da igreja é clara: proclamar o Evangelho, fazer discípulos e ensinar a verdade de Deus. Esse chamado não é uma opção, mas um mandamento que orienta cada ação da igreja e de seus membros.


2. Causa: O Motivo Pelo Qual a Igreja Existe

A causa da igreja está profundamente enraizada no coração de Deus: a salvação da humanidade. Em João 3:16, vemos a razão central do plano redentor:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

A igreja existe para ser um instrumento de reconciliação entre Deus e os homens. Sua razão de ser não está em agendas humanas, mas no propósito eterno do Pai de trazer vida e salvação ao mundo.


3. Propósito: O Impacto que a Igreja Busca

O propósito maior da igreja é glorificar a Deus e manifestar Seu Reino na Terra. Jesus ensinou que devemos ser "sal da terra e luz do mundo" (Mateus 5:13-16), impactando vidas e transformando realidades.

O propósito da igreja não se limita a reuniões ou eventos, mas envolve um estilo de vida que reflita os valores do Reino. Quando a igreja vive seu propósito, comunidades são restauradas, vidas são edificadas e Cristo é exaltado.


4. Visão: Onde a Igreja Quer Chegar

A visão da igreja está firmada na promessa da volta de Cristo e na consumação do Reino de Deus. Apocalipse 21:3-4 descreve essa esperança gloriosa:

"Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará... E Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima."

A igreja caminha com os olhos fixos no futuro eterno. Cada pregação, discipulado e ação missionária são passos rumo ao cumprimento dessa visão: um povo preparado para encontrar-se com o Senhor e viver eternamente em Sua presença.


Conclusão

Missão, causa, propósito e visão não são apenas conceitos organizacionais, mas fundamentos espirituais que direcionam a igreja. Quando esses pilares estão alinhados à vontade de Deus, o ministério se torna mais eficaz e frutífero.

Como igreja, somos chamados a cumprir nossa missão, abraçar a causa do Reino, viver nosso propósito e manter os olhos na visão eterna. Que cada passo seja guiado pelo Espírito Santo, para que a glória de Deus seja manifestada e Seu plano se cumpra em nós e através de nós.



PASTOR GILMAR RIBEIRO

FÉ E OBRAS - PARA QUEM SÃO ?

Pastor Gilmar Ribeiro

Tiago 2:26 nos ensina que "como o corpo sem espírito está morto, assim a fé sem obras está morta." Esse versículo nos leva a uma reflexão profunda sobre a inseparabilidade entre fé e obras. Não se trata apenas do que fazemos, mas de quem escolhemos viver e para quem direcionamos nossas ações. A fé verdadeira não pode ser apenas uma crença vazia; ela se manifesta em nossas atitudes, demonstrando a transformação que Deus opera em nós.

Somos nós que escolhemos o caminho que seguimos. Cada decisão nos direciona para algo ou para alguém. Quando Tiago fala sobre a fé sem obras, ele está nos mostrando que as obras são evidências da nossa escolha. Biblicamente, estar morto significa estar separado de algo ou alguém. Podemos viver para algo, buscando satisfazer nossos desejos, nossa carne e nossa mente com coisas passageiras e materiais, ou podemos viver para Alguém, direcionando espírito, mente e corpo para agradar a Deus e cumprir Seu propósito.

A maneira como vivemos reflete nossa escolha. Quando vivemos apenas no campo da alma, mente e corpo, buscamos prazeres momentâneos. A alma anseia pelo prazer, o corpo deseja satisfação imediata e a mente tenta compreender, mas muitas vezes se perde nas distrações deste mundo. No entanto, quando vivemos no campo do espírito, todas as áreas da nossa vida espírito, alma, mente e corpo são direcionadas para Deus. O propósito se torna maior que qualquer desejo momentâneo, e cada decisão passa a ser guiada pelo Espírito Santo.

Gálatas 6:8 nos adverte que "aquele que semeia para a carne, da carne colherá corrupção; mas aquele que semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna." Isso nos mostra que a forma como vivemos define os frutos que colheremos. Quem vive no Espírito ouve a Deus, e quem ouve a Deus O ama verdadeiramente. A pergunta que muitos fazem é: "Como posso amar a Deus?" A resposta está no espírito. Romanos 8:16 diz que "o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." A prova de que amamos a Deus está na nossa disposição de sermos guiados pelo Espírito Santo, pois "todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Romanos 8:14).

O Espírito Santo nos conduz primeiramente através da Palavra de Deus. Antes de qualquer experiência espiritual, é a Palavra que nos direciona. Meditar e obedecer à Palavra é a forma como somos guiados para a vontade de Deus. A fé é a chave que nos move, pois é a confiança na Palavra de Deus. Essa Palavra é como uma semente, e quando lançada em nosso coração, gera mudanças profundas.

Jesus comparou a Palavra de Deus a uma semente em Mateus 13. Assim como um agricultor planta sementes esperando a colheita, nossas palavras também são sementes lançadas no ambiente, na vida das pessoas e em nossa própria vida. A grande questão é: que tipo de semente estamos semeando? Se plantamos a Palavra de Deus, colhemos frutos de vida, fé e boas obras. Mas se semeamos palavras vazias, sem raízes profundas, os resultados são superficiais e passageiros.

A mudança verdadeira ocorre quando permitimos que o Espírito Santo trabalhe em nosso espírito, alma, mente e corpo. Tiago nos alerta que a fé sem obras está morta. Isso nos leva a um questionamento essencial: que tipo de obras Deus espera de nós? A verdadeira obra de Deus não está apenas no que fazemos, mas no que nos tornamos.

Jesus nunca chamou alguém para simplesmente fazer coisas para Ele, mas para crer n’Ele. Quando perguntaram qual era a obra de Deus, Ele respondeu claramente: "Esta é a obra de Deus: que creiais naquele que Ele enviou" (João 6:29). No monte da transfiguração, Pedro, em sua ansiedade, quis construir tendas, mas a voz do céu respondeu: "Este é o Meu Filho amado; a Ele ouvi" (Mateus 17:5).

A obra de Deus começa no coração que crê. Esse é o ponto de partida para toda transformação verdadeira. A missão de Jesus foi chamar pecadores ao arrependimento. Ele disse: "Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento" (Lucas 5:32). Sua vinda ao mundo teve um propósito claro: resgatar os que estavam perdidos e restaurar a conexão do homem com Deus. "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lucas 19:10).

A verdadeira obra de Deus não é sobre as atividades externas, mas sobre a transformação interna. Quando os mestres da lei perguntaram qual era o maior mandamento, Jesus respondeu: "Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças" (Marcos 12:30). Porém, os mestres da lei costumavam inverter essa ordem, começando pela alma, entendimento e força, e deixando o coração por último. Jesus corrigiu essa visão, ensinando que a verdadeira transformação começa no espírito. Primeiro o coração (espírito) é transformado, e então essa mudança afeta a alma, a mente e o corpo.

A entrada no Reino de Deus não acontece apenas pelo conhecimento, mas pela fé em Cristo. Quando Jesus disse a um mestre da lei: "Não estás longe do Reino de Deus" (Marcos 12:34), Ele estava dizendo que, embora o conhecimento estivesse presente, a transformação ainda não havia ocorrido no espírito.

Por isso, devemos entender que as obras não são um meio de alcançar a salvação, mas sim uma resposta à salvação que já recebemos pela graça. Lucas 17:10 nos ensina uma grande lição: "Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi mandado, dizei: Somos servos inúteis, pois fizemos o que devíamos fazer." A verdadeira obra de Deus é feita com humildade, sem buscar reconhecimento humano, mas com o entendimento de que servimos ao propósito do Pai.

Tiago nos ensina que fé sem obras é morta. Imagine alguém que chega diante de Deus e diz: "Senhor, eu creio em Ti, na Tua Palavra e no Teu nome." Mas Deus lhe responde: "Onde estão as obras que provam essa fé?" Se não há frutos, essa fé não passa de algo sem vida.

Muitas vezes, pedimos a Deus e não recebemos, não porque Ele não quer nos responder, mas porque temos fé de que Ele pode fazer, mas não temos as obras que demonstram essa fé em ação. Tudo o que Deus deseja operar em nós começa com a semente da Sua Palavra sendo plantada em nosso espírito.

Que possamos refletir sobre isso e permitir que a fé em Cristo nos transforme, para que nossas obras sejam um reflexo vivo daquilo que Deus tem feito em nós.

ORAÇÃO 

Pai, que a Tua Palavra, como semente viva, encontre solo fértil em nossos corações. Transforma-nos de dentro para fora, moldando nosso espírito, renovando nossa alma, alinhando nossa mente e fortalecendo nosso corpo para cumprir a Tua vontade. Que as obras que operas em nós frutifiquem para a Tua glória, refletindo o Teu amor e a Tua verdade. Abençoa cada leitor, concedendo-lhe a graça de experimentar a profundidade do Teu amor revelado em Cristo Jesus e pelo Santo Espírito, que nos guia à Tua presença. Amém.


PASTOR GILMAR RIBEIRO